segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Didja Get Any Onya?

Frank Vincent Zappa (1940 - 1993), uma das figuras mais idiossincráticas que já pisou neste planeta, é um de meus ídolos, não é a toa que este blog leva o nome de um dos seus melhores trabalhos. Tomei conhecimento pela sua música há cerca de 4 anos, quando ouvi pela primeira vez o álbum Hot Rats, e desde então não a abandonei mais. O engraçado foi que eu acabei me deparando com esse álbum por achar que o Zappa fazia parte do Rock Progressivo (estilo musical do qual fui fã há alguns anos), aí então percebi que ele tinha uma quantidade (e variedade) de álbuns muito maior do que qualquer banda de prog rock poderia ter. Ao longo de 27 anos de carreira, Frank lançou mais de 60 álbuns, sem contar que todos os anos está saindo algo novo, material proveniente de fitas guardadas cuidadosamente no porão de uma mansão que um dia foi sua. A criatividade de Frank vinha do seu gosto apurado, uma colisão de mundos que antes nunca haviam se encontrado: Ele era fã de Doo-Wop ao mesmo tempo em que era aficionado por Música Erudita do Século XX, Avant-Garde Jazz e World Music. Nomes? The Meters, Anton Webern, Igor Stravinsky, Ravi Shankar, Charlie Mingus, Buddy Guy, Béla Bartók, Howlin' Wolf, Edgard Varèse, Eric Dolphy, Roland Kirk, Pierre Boulez, Oliver Nelson, Johnny "Guitar" Watson, Cecil Taylor, Black Sabbath.....and so on. Sua primeira banda foi a Mothers Of Invention, que durou da metade dos anos 60 até o início dos anos 70, onde as apresentações eram recheadas de improvisações bizarras, e as letras cheias de sátiras envolvendo a sociedade e o governo dos EUA, algo que apareceu em diversos pontos da carreira do mestre. Após tocar com os Mothers ele embarcou na sua carreira solo, que teve inúmeras formações, e trabalhos envolvendo tanto grandes orquestras, big bands, música totalmente sintetizada (Synclavier) quanto formações mais comuns (guitarra/baixo/bateria/eventuais sopros e percussão). Frank é para mim como um mentor musical, me ajudou a quebrar preconceitos e antigas concepções, fez com que eu expandisse os meus horizontes e por fim conhecesse um monte de artistas interessantes, figuras às vezes tão criativas quanto ele (John Zorn, Miles Davis e Anthony Braxton são ótimos exemplos).

Bom, para finalizar, aqui vai a minha lista de recomendações 'zappianas' e uma das mais célebres frases do bigode:

We're Only In It For The Money (1968)
Lumpy Gravy (1968)
Uncle Meat (1969)
Hot Rats (1969)
Weasels Ripped My Flesh (1970)
Waka/Jawaka (1972)
The Grand Wazoo (1972)
Apostrophe' (1974)
One Size Fits All (1975)
Shut Up N Play Yer Guitar (1981)
Boulez Conducts Zappa: The Perfect Stranger (1984)
Does Humor Belong In Music (1986)
Make A Jazz Noise Here (1991)
The Best Band You Never Heard In Your Life (1991)
The Yellow Shark (1993)
Civilization Phaze III (1994)
London Symphony Orchestra Vol. 1 & 2 (1995)



"Eu escrevo a música que eu gosto. Se outras pessoas gostam, tudo bem, eles podem comprar os álbuns. Se eles não gostam, sempre haverá Michael Jackson para eles escutarem." - FZ

Info:
Wikipedia
Zappa.com
Wiki/Jawaka
Last.fm
Allmusic

Um comentário:

  1. Uma coisa que eu acho interessante no Zappa é um certo gigantismo relacionado a figura dele. Muitos sabem quem é, sabem que é uma figura importante, até lendária, mas são poucos os que ouvem os trabalhos dele. Isso é uma baita injustiça visto que o legado musical desse mestre é algo absolutamente único.

    É curioso pensar tambem que aquele garoto pobre que curtia Doo-Wop e quase enlouqueceu quando ouviu pela primeira vez os trabalhos do Edgard Varese fosse se transformar num dos maiores e mais geniais nomes musicais da nossa era.

    Excelente artigo Gustavo e muito foda você dedicar o blog a essa grande figura que foi o Zappa! Alguns discos que você recomendou eu ainda não conheço, irei atras deles!

    Virei grande fã do seu blog cara, parabens!

    XMT

    ResponderExcluir