segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Homem Animal de Grant Morrison


Homem-Animal é uma das histórias em quadrinhos mais impressionantes que eu já li, o que eleva Grant Morrison quase à altura de Alan Moore perante os meus parâmetros de qualidade de roteiro de HQ. É incrível como a sua capacidade criativa pôde fazer com que um super-herói esquecido (leia-se 'falido devido à falta de um roteirista que pudesse explorar o seu potencial') acabe por se tornar um dos maiores ícones contemporâneos da chamada 9ª arte. Morrison não expandiu somente as noções do personagem em relação aos seus poderes (de absorver as habilidades de qualquer animal que esteja próximo dele), mas também em relação à vida e ao mundo, mostrando um ser humano com sentimentos e determinações, não somente um cara vestido de roupa colante batendo em vilões. Buddy Baker é um herói aposentado que decide voltar ao combate ao crime quando percebe as atrocidades que estão sendo feitas aos animais em nome da ciência. Baker então passa a ser uma espécie de "guardião ambiental", libertando macacos confinados em celas e de laboratório e ajudando golfinhos a escapar do ataque de pescadores maquiavélicos, só para citar dois exemplos. Mas o fator que considero sensacional na HQ é que ela não para por aí: Com o passar das edições, Buddy vai começando a ser perseguido por donos das corporações que estão sendo prejudicadas pelas suas ações pró-natureza, ao mesmo tempo em que o personagem fica cada vez mais intrigado com a sua existência, começando por um encontro com os alienígenas que pilotavam a nave que colidiu com a terra e lhe deu seus poderes, além de uma viagem psicodélica proporcionada por sementes de Peyote, que o levou a ver, entre outras coisas o próprio leitor da revista(!). Some à esta trama viagens no tempo, física quântica e o grand finale em que Buddy encontra com o seu próprio roteirista, e você terá uma das experiências mais ousadas e divertidas já feitas dentro de uma HQ.

O Eremita recomenda.

Info:

Popbalões

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Sequart
Wikipedia

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