quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Lado Marginal do Heavy Metal


Pois bem, eventuais leitores, hoje resolvi falar de um estilo musical que tenho acompanhado desde os meus dezesseis anos de idade, e até então não tenho conseguido deixar de ouvir: o Death Metal.

Definição da Wikipedia, para quem por acaso nunca ouviu falar nisso: "O death metal é uma das diversas ramificações do heavy metal. Surgiu simultaneamente em várias partes do mundo, como EUA, Brasil e Suécia, na década de 1980. O estilo tem raízes no Thrash metal, porém ele apresenta mais agressividade que seu antecessor, letras com temas niilistas, sobre violência, morte e sobre a fragilidade da vida humana."

E agora a minha história: Tudo começou quando eu me deparei com um colega no colégio que só vinha com camisetas de bandas como Cannibal Corpse nas aulas, o que a princípio foi algo que achei chocante (exemplos 1, 2 e 3), mas com o tempo fui me acostumando com essa temática. Aí pensei "Bem, agora que as imagens já ficaram mais aceitáveis podemos partir pra música não é?". Eu mal conhecia o Heavy Metal em si, como iria adentrar logo uma de suas mais escuras catacumbas? (Pra vocês terem uma idéia eu só fui conhecer bandas como Black Sabbath e similares um bom tempo depois de ter ouvido várias bandas mais extremas). Foi aí então que comecei a buscar informações sobre as origens do DM, e acabei dando de cara com o Thrash Metal. Deste momento em diante foi só alegria, ou melhor, só Slayer, Anthrax, Sepultura antigo, etc. Após essa fase eu me senti mais habituado com toda a distorção de guitarras e com as letras inspiradas em insanidade e/ou morte, aí foi questão de semanas para que eu começasse a minha incursão pelo Death Metal, iniciada (obviamente) pelo Cannibal Corpse, passando sem pestanejar por Morbid Angel, Suffocation, Possessed, e mais umas quantas. Hoje, praticamente 5 anos depois, me deparo com a pergunta: O que tem me mantido tão atraído a esse gênero tão cheio de mensagens negativas, solos atonais e vocais que lembram mais demônios do que pessoas? Por mais que eu tenha descoberto do Hip Hop à Música Eletroacústica durante esses anos, volta e meia eu tenho vontade de escutar aquele álbum do período áureo do DM, algo entre o final dos anos 80 e o meio dos 90.



Na realidade nem eu sem explicar o porquê. Acredito que não há nada como escutar um álbum de metal pesado assim, pra mim é como um bom livro, um trago entre amigos, diversão garantida. Como o título do post já diz, eu considero este gênero o lado marginal do Metal por ele ter uma temática tão ríspida e muitas vezes brutal ao mesmo tempo em que mantém uma excelente musicalidade. No final das contas eu prefiro me ater ao DM tradicional (Old-School) simplesmente porque não se faz mais Metal como antigamente: A produção ruim que ajudava na atmosfera aterradora (essencial) foi substituída por uma limpa, o peso que impulsionava toda a adrenalina foi substituído pela habilidade instrumental (menos distorção e mais 'fritação'), sem falar dos vocais que foram perdendo toda a intensidade ao passo que foram ficando cada vez mais ininteligíveis.

No mais é isso aí, para quem estiver interessado aí vai uma lista de bandas, levando em conta as já citadas acima:

Slaughter, Dismember, Entombed, Grave, Hate Eternal, Deicide, Carnage, Nihilist, Autopsy, Malevolent Creation, Vader, Monstrosity, Six Feet Under, Obituary, Vital Remains, Master, Cancer, Morpheus Descends, Immolation, Bolt Thrower, Pestilence, Sinister, Massacra, Incantation

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Um comentário:

  1. eremita,
    não tenha dúvida de que o conhecimento de sons ditos mais sofisticados, de Albert Ayler a Stockhausen, não anula o interesse por sons que ouvíamos antes (desde que sejam também radicais!). Não sou grande conhecedor de death metal, mas não abro mão da tensão do grindcore de um Napalm Death ou Carcass de vez em quando... E é curioso notar que o Mick Harris, pulso do Napalm em seu momento mais tenso, se associou ao John Zorn, um dos nomes fortes da cena free jazz dos últimos tempos... vida longa aos sons radicais!
    ab, Fabricio
    http://freeformfreejazz.blogspot.com

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